sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Um mês de "Arruda Crônico" e o "Som da Semana"

Salve a todas e todos,

Essa postagem vem pra celebrar um mês de blog. O blogueiro agradece aos acessos, aos comentários, aos seguidores, aos elogios e às críticas neste espaço dedicado à troca de idéias. Muito obrigrado, essa troca de energias é muito importante para mim. Axé a todos! Que os Orixás abençoem a todas e todos!

Som da Semana

A partir de hoje, todas as sextas-feiras eu vou postar uma ou mais músicas, em vídeo ou áudio. É um momento pra dividir com meus leitores um pouco das minhas influências, dos meus gostos musicais e, em muito breve, postarei algumas músicas minhas também.

Todas as sextas, hein, fiquem ligados!

Som da Semana

Salve!

Pra inaugurar o Som da Semana, escolhi um som dos anos 90 (vai ter muito som de lá, viu...). O som se chama "Music Evolution", do grupo Buckshot Le Fonque. A banda é um projeto produzido pelo produtor americano de Hip Hop DJ Premier (do Gangstarr) e liderado por Branford Marsalis, renomado saxofonista de jazz.

É som pra ouvir bem alto e dançar à vontade nessa fusão de Hip Hop pesado com jazz.

Curte aí!

http://www.youtube.com/watch?v=i1s0hd2Aovg

Estamos de olho (Parte 1)

Cliente negra sofre racismo em supermercado Walmart

Dona-de-casa de 56 anos foi parar no hospital depois de ser acusada de furto
24/02/2011

Jorge Américo,
De São Paulo, da Radioagência NP

A dona-de-casa Clécia Maria da Silva, de 56 anos, foi parar no hospital depois de ser acusada de furto em uma loja da rede de supermercados Walmart, em Osasco, na Grande são Paulo. A cliente portava o cupom fiscal que comprovava o pagamento das mercadorias. Ainda assim, foi constrangida por um segurança, que revistou sua bolsa. Segundo a médica que atendeu a dona-de-casa, ela teve uma crise de hipertensão e ficou próximo de sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC).
O segurança teria dito que “isso acontece mesmo com os pretos”, segundo relato da cliente. A ocorrência foi registrada como calúnia no 9º Distrito Policial de Osasco, no dia 18 de fevereiro. O advogado Dojival Vieira, que acompanha o caso, pedirá ao delegado abertura de inquérito por injúria racial e constrangimento ilegal.
“Frequentemente, quase cotidianamente, as pessoas que são alvos dessas violências, dessas humilhações, desses constrangimentos e desses vexames são pessoas negras de todas as idades.”
O Walmart possui 400 lojas no Brasil. Em 2010, as unidades da empresa espalhadas pelo mundo faturaram quase US$ 410 bilhões. Para Dojival, esse poderio econômico não se reflete em respeito aos cidadãos. Ele defende uma maior fiscalização, por parte do Ministério da Justiça, das empresas de segurança contratadas para defender tamanho patrimônio.
“Essas empresas transportaram para as relações de consumo práticas que não são próprias, não são compatíveis com o estado democrático de direito. E as empresas que as contratam – os supermercados e shoppings – não tiveram até agora a preocupação de investir na capacitação e no treinamento desses funcionários.”

Estamos de olho! (Parte 2)

Brasil registra primeiro caso de indiciamento por tortura motivada por racismo

qui, 2011-02-24 13:41 — admin

Jorge Américo
Radioagência NP


Em uma decisão inédita, no início deste mês, a Polícia de São Paulo indiciou seis seguranças da rede de supermercados Carrefour pelo crime de tortura motivada por preconceito racial. Eles agrediram o vigilante Januário Alves de Santana, em agosto de 2009, apontado como suspeito de roubar o próprio carro no estacionamento de uma das lojas em Osasco, na Grande São Paulo.

Também em Osasco, a dona de casa Clécia Maria da Silva, de 56 anos, foi parar no hospital depois de ter sido acusada de furto por seguranças da rede Walmart. Ela havia pagado pelas mercadorias, assim como um garoto de 10 anos, que foi ameaçado com um estilete por um segurança do supermercado Extra – que pertence ao grupo Pão de Açúcar. As ameaças ocorreram em uma salinha nos fundos da loja. Em ambos os casos, as vítimas eram negras.

Carrefour, Walmart e Pão de Açúcar são as três maiores redes de supermercados que atuam no Brasil. Juntas, elas lucraram R$ 71,5 bilhões em 2009. Em entrevista à Radioagência NP, o advogado Dojival Vieira, que acompanha os casos citados, revela os métodos utilizados pelos agentes de segurança dessas empresas para proteger seu patrimônio. Entre outras revelações, ele relata as agressões e humilhações que ocorrem nas chamadas “salinhas de tortura”, para onde são levados os acusados de furto.

Radioagência NP - Os agressores do vigilante Januário foram indiciados por tortura. Qual a importância dessa decisão?
 
Dojival Vieira - É a primeira vez na história do Brasil que há um enquadramento, um indiciamento, no crime de tortura motivada por discriminação racial. Ou seja, a aplicação da Lei 9455/97 de forma exemplar. É uma decisão histórica, importante, ainda que, obviamente, seja apenas o começo, já que a partir do indiciamento, da conclusão do inquérito, ele será remetido ao Ministério Público. Caberá ao MP oferecer a denúncia e à Justiça aceitá-la, instaurar o processo, passar os indiciados a réus e condená-los de acordo com a lei.

Que argumentos você utilizou para pedir ao delegado que o crime fosse enquadrado como tortura?


Um homem que é suspeito do roubo do próprio carro, que é perseguido, que tenta se evadir para escapar com vida. É dominado, levado a um canto e torturado durante quase 30 minutos com socos, pontapés, tentativa de esganadura, que inclusive lhe provocaram fratura no maxilar, que provocaram a destruição da sua prótese dentária. Não se pode, obviamente, imaginar que isso seja lesão corporal leve.

O que acontece nas chamadas salinhas para onde são levados os suspeitos?


São espécies de salinhas de castigo, ou salinhas de tortura, em que seguranças despreparados, sem qualquer capacitação e importando essa cultura truculenta e autoritária, do “prende e arrebenta” do período militar, se autorizam, se sentem à vontade para assumir o papel que eles efetivamente não têm. Que é o papel de fazedores de justiça com suas próprias mãos.

Eles acabam exercendo um papel de polícia?


Não é só eles que não podem fazer isso. A polícia também não tem autoridade, em um estado democrático de direito, para bater, agredir nem praticar violência contra ninguém.

O que se pode fazer para acabar com esses abusos?

O Ministério da Justiça precisa fazer um acompanhamento mais amiúde, mais frequente, das atividades dessas empresas. Inclusive, o que se sabe, é que essas empresas de segurança têm mais homens trabalhando armados do que o contingente das Forças Armadas. Então, é uma situação de segurança pública, inclusive. O mercado em que operam as empresas de segurança, que é extremamente lucrativo, não pode operar de acordo com suas próprias leis.

Por que tanta truculência?


Essas empresas transportaram para as relações de consumo práticas que não são próprias da democracia, não são compatíveis com o estado democrático de direito. E as empresas que as contratam – os supermercados e shoppings – não tiveram até agora a preocupação de investir no treinamento e na capacitação desses funcionários.

Que critérios definem um suspeito?


No Brasil, por conta da herança de quase 400 anos de escravidão e de mais 122 anos de racismo pós-abolição, o negro é o suspeito padrão. Frequentemente, quase cotidianamente, as pessoas que são alvo dessas violências, dessas humilhações, desses constrangimentos, desses vexames, são pessoas negras de todas as idades.

Isso ocorre inclusive com crianças?


Eu, particularmente, tenho acompanhado alguns desses casos, e o último deles envolve uma criança de dez anos, que ao se dirigir ao supermercado Extra, da Marginal Tietê, na cidade de São Paulo, após passar no caixa e pagar normalmente as mercadorias que pegou ­– biscoitos, salgados, refrigerantes – foi abordado por seguranças, levado a um quartinho e obrigado a se despir sob a ameaça de chicotes, de agressão. (NOTA DO BLOG: SOBRE O CASO DO GAROTO, LEIA POSTAGEM "EM DEFESA DA INSTITUIÇÃO")

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Shakespere!

Essa postagem eu dedico à Dra. Sônia Maria do Nascimento, advogada do Geledés e uma grande amiga e mestra. Ela me mostrou esse vídeo há alguns anos e eu nunca canso de vê-lo e nunca deixo de aprender algo com ele. Nesse vídeo o texto de Shakespere é brilhantemente interpretado pelo ator Moacir Reis à Juízes e Desembargadores em um encontro de magistrados em Santa Catarina. Guardem essa informação, Juízes e Desembargadores! Olhem o que foi que eles viram e ouviram do gênio William Shakespere!

http://www.youtube.com/watch?v=8eWzFlxjCpI

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Do Mestre!

Esse é do Professor Edson Cardoso, a quem tenho o prazer e a honra de, não só chamar de Mestre, pois assisti várias palestras suas enquanto estive no Geledés-Instituto da Mulher Negra, de companheiro de luta, pois já estivemos em vários Encontros, Conferências e Marchas juntos, mas também de amigo. Com vocês, meu mano Edson Cardoso!

Por: Edson Lopes Cardoso
edson-cardoso
A funcionária Rosana Bullara afirmou à "Folha de S. Paulo" (edição de 3/12/2010) que "foi discriminação", porque o estudante de filosofia Samuel de Souza era "pobre e negro". Samuel desmaiou subitamente após descer do ônibus e morreu na Praça do Relógio, na Cidade Universitária (USP). O corpo de Samuel ficou "por quase seis horas" estirado no chão. Existe um hospital no campus da USP, localizado a menos de três quilômetros do local onde estava o corpo.
No Rio, os porcos comeram partes do corpo apodrecido de Davi Basílio Alves, jovem de 17 anos assassinado pela polícia na Vila Cruzeiro. Segundo reportagem da Folha, Davi era "soldado do tráfico" e seu corpo ficou abandonado "numa rua de terra da Vila Cruzeiro" de quinta (25/11) até sábado (FSP, 5/12/2010).
Além dos corpos negros atirados em vielas e entulhos e na Cidade Universitária de grande prestígio, há os que desaparecem, recolhidos pela polícia, que não tem como provar o envolvimento dessas pessoas assassinadas com o tráfico, e as enterra como indigentes, com a cumplicidade dos IML's.
Entre as normas que definem o que é, ou o que deve ser aceito entre nós, há uma que implica a rejeição perpétua à cor negra da pele. A repulsa ao negro é uma dimensão social e psicológica que constitui a própria nacionalidade. José Bonifácio de Andrada e Silva referiu-se a ela na proposta que encaminhou à Assembléia Constituinte, em 1823: "mas o negro conserva indelevelmente um sinal de separação e de desprezo". Bonifácio afirma ainda que entre nós "uma das causas, que concorre a perpetuar e piorar a escravidão dos negros, é a cor...". (Projetos para o Brasil, Companhia das Letras/Publifolha, 2000, p. 44.)
Uma coisa era o escravo, outra coisa a cor do escravo. Sinal indelével é isso mesmo, que não se dissipa, indestrutível. A televisão, a cultura, os partidos, as vanguardas e as retaguardas, o mundo que nos é familiar se encarrega de disseminar a repulsa e a rejeição e a favorecer e estimular a ação criminosa de assassinos, fardados ou não. Criou-se um consenso de larga memória, cruel e sanguinário: negro, não.
Brasília, 09/12/2010




Leia materia completa: Negro, não - Portal Geledés

Fonte: retirei este trecho do artigo do Portal Geledés. Quem quiser lê-lo na íntegra, conhecer vários outros grandes intelectuais do movimento negro e feminista, ou quiser se interar sobre cultura, política e outras áreas e artes, visite http://www.geledes.org.br/ . Em momentos oportunos falarei um pouco mais sobre o Geledés, ONG onde me pós-formei na militância (a pré-formatura veio do papai Arruda, hahahaha).

Book!

Esse quem me enviou foi meu amigo, parceiro, percussionista, irmão de criação e compadre Duda André (valeu parceiro!)

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Coisas que só a Democracia Brasileira faz por você...

CONCORDO PLENAMENTE E ASSINO EMBAIXO!!!


A arte de querer ser mais realista que o rei
Olhar político
Postado por: Tadeu Ferreira Jr. - 13/02/2011

Nas últimas duas semanas assistimos a pelo menos dois episódios que podem ser classificados, no mínimo, como abuso de poder por parte dos gestores públicos: um se deu em âmbito estadual, onde professoras aprovadas em concurso público e já acostumadas a lecionar na rede estadual foram reprovadas em exame de aptidão física por serem obesas.
O outro, caso ainda mais bisonho, se deu em Santos, com jovens do Programa Guardião-Cidadão, da Prefeitura, sendo obrigadas a assinar documentos garantindo não estarem grávidas e se comprometendo a não engravidar.
O que pensam os gestores públicos? Como alguém acima do peso pode estar apta a lecionar num dia e no outro, como num passe de mágica, não estar mais? É preciso acabar com a síndrome do super-homem, em que os servidores municipais, em vez de disciplinar, resolvem assumir as rédeas das vidas e controlar os passos das pessoas.
Bom seria se o deputado estadual Carlos Gianazzi (PSOL) pusesse em prática o que sugeriu no calor de um discurso. Se as professoras podem ser consideradas inaptas para o trabalho por serem obesas, impeçamos também os prefeitos, governadores, deputados e agentes públicos em geral de correr riscos. Será que as congressistas seriam capazes de aprovar uma lei que extinguisse os mandatos de deputadas que engravidassem? Certamente não.
Para piorar, além de extrapolar os limites do bom senso, esse tipo de ingerência, invariavelmente, acaba nos tribunais, em ações que podem gerar ônus financeiro aos cofres públicos e punir quem nada tem a ver com medidas tão desnecessárias: o contribuinte.
FONTE: Jornal A Tribuna – Blog Dia a Dia

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Verdadeiros punks não agem assim!

Saiu no Estadão e meu parceiro Toli me mandou a notícia (valeu parceiro!): alguns "punks" esfaquearam um músico em Guarulhos por causa do cara ter reclamado das pichações nos muros de sua escola.

Essa notícia me chateou em particular porque conheci e fiz vários amigos e companheiros no movimento punk. Junto com outros jovens do movimento negro, participei e fui aliado de vários punks em debates, conferências e encontros de jovens aqui em São Paulo e em várias partes do país. Em especial com o grupo Anarcopunks Contra o Racismo, onde conheci companheiras e companheiros de enorme valor, a despeito de seu aspecto estético e musical aparentemente agressivos. O visual e o som podem parecer assim, mas violência gratuita e, pior, letal, não era uma característica anarcopunk.

Mesmo com divergências, e mesmo com o temperamento, digamos mais exaltado, é inadmissível acreditar que algum dos punks que encontrei agiria dessa forma com qualquer outra pessoa. Assassinato definitivamente não é uma das formas de ação dos anarcopunks.

Já há algum tempo perdi contato com o grupo, até por estar um pouco mais afastado dos movimentos sociais, e espero que esta não tenha se tornado uma conduta padrão do movimento punk, e que, portanto, o movimento dê alguma resposta à sociedade, e em especial, à família da vítima dessa covardia, que não condiz com o sonho de igualdade, liberdade, tolerância e combate à todas as formas de discriminação e intolerância do qual nós sempre compartilhamos.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Não tem mais "moreno" no futebol

O jogador do Barcelona e da Seleção Brasileira Daniel Alves disse em entrevista que sofreu racismo por parte de torcedores espanhóis, sendo muitas vezes chamado de macaco. A notícia é triste, mas não é novidade. Esse comportamento tem sido combatido pela Champions League e pela FIFA já há alguns anos em campos não só espanhóis, mas também ingleses, italianos e franceses, só pra citar os grandes polos do futebol europeu.

O que me chamou a atenção foi o fato do jogador de se autodefinir como "moreno claro de pais negros". Que diacho é isso??? Que nova etnia é essa? Na verdade, o jogador achou que a baboseira gilbertofreireana ia salvá-lo de ser tratado como negro na Europa.

A tese da "morenidade" e da "mulatinidade" só funciona no Brasil, e mesmo assim, em algumas áreas da sociedade (com a polícia, por exemplo, não funciona, na hora da dura, todo policial sabe muito bem definir quem é negro!). No restante do mundo, nos países em que a questão racial foi encarada de frente, estas nuances de cor não existem. Todos sabem de onde vieram, e baseados nisso, sabem bem pra onde vão e quem são.

Daniel, meu querido, você joga muita bola, mas precisa repensar alguns conceitos. Se como você mesmo disse, seus pais são negros, então você é negro. Filho de negros, são negros! Alguns de nós são mais claros, outros mais escuros, mas são negros. Alguns com os cabelos mais crespos, outros menos, mas são negros. Alguns com os olhos castanhos mais escuros, outros mais claros, e poucos até com os olhos verdes como os seus, e que você fez questão de frisar, mas ainda assim, são negros!

O tom da pele é apenas uma, e embora seja a mais óbvia, nem é a mais marcante das características dos afrodescendentes. Seu cabelo, seu nariz e seus lábios deixam explícito suas raízes. Você, e muitos irmãos e irmãs afrodescendentes podem até tentar se disfarçar de "moreno", "mulato", e o que mais suas imaginações férteis inventarem, mas, meu velho, preto é preto, branco é branco, e sempre que você se esquecer disso, o sistema vai te lembrar... De um jeito ou de outro!

Futebol é pra ser divertido...

Aconteceu de novo! O Corinthians perdeu nova chance de vencer a Copa Libertadores da América, principal competição sul-americana de futebol. Aconteceu de novo! Parte da torcida se achou no direito de depredar o patrimônio do clube e de particulares, para tirar satisfações sobre a vexaminosa derrota para o Tolima, da Colômbia.

Aconteceu de novo! Domingo jogaram Corinthians X Palmeiras. O Corinthians venceu por 1 a 0. Aconteceu de novo! Parte da torcida palmeirense se achou no direito de depredar a entrada de um edifício só porque havia uma bandeira do Corinthians em uma das janelas do prédio.

As cenas vão se repetindo, exaustivamente, entra ano, sai ano e parte das torcidas organizadas (qualquer uma delas) se acha no direito de praticar toda sorte de violências, sejam verbais, morais ou físicas. Vamos parar de babaquice, gente! Não tem de ir pra porta de clube nenhum pra fazer manifestação nenhuma! Nem pacífica, nem violenta! Vão caçar algo útil pra fazer da vida! Um jogo é só um jogo! Futebol é esporte, e por mais apaixonante que seja, só é porque é divertido. O legal do futebol é tirar sarro do colega de trabalho no dia seguinte, quando seu time ganha do dele... E se for o contrário, aguentar a tiração dos amigos também. O torcedor do time adversário não é seu inimigo, é só o cara que torce pra outro time... Eu não quero que todo mundo torça pro mesmo time que eu, senão, qual é a graça? Tem de ter outros times e, por consequência, gente que torça por eles.

Pode parecer um absurdo, mas, acreditem, tem coisas mais importantes do que o futebol acontecendo! Querem se manifestar? Manifestem-se contra o aumento de salário dos deputados e senadores, aprovado na calada da noite, e que é você que vai pagar! Manifeste-se contra as enchentes que afogaram as maiores cidades do país, e os políticos culparam "a natureza"! Manifeste-se a favor de uma reforma política que impeça anomalias como Tiririca ou Maluf continuem se elegendo! Manifeste-se a favor do projeto do senador Cristóvam Buarque que obriga políticos eleitos a matricular seus filhos em escolas públicas pra ver se assim a educação do país melhore. Manifeste-se para que a saúde tenha o investimento necessário para que as pessoas não sejam atendidas nos corredores ou no chão dos hospitais lotados! Vamos começar por aí, tá bom, depois nos preocupamos com os clubes de futebol (cujos dirigentes e atletas já estão com a vida ganha!).

Eu fico vendo as torcidas no estádio, com suas coreografias, é muito legal, deixa o futebol mais bonito, é importante esse lado do espetáculo. Só que quando as câmeras fecham em close, eu vejo as camisetas com dizeres ideológicos, como "lealdade", vejo figuras em que o escudo do time está num canhão ou num tanque de guerra, ouço gritos que não são coro de torcida, porque nem está incentivando o time pra qual torcem, está só autopromovendo a própria torcida, no quanto ela é feroz, ou mais forte, ou mais violenta... "vou dar porrada e ninguém vai me segurar"? Qual é... O que isso tem a ver com futebol? Futebol é espetáculo, como um show de música, por exemplo. Você compra o ingresso, assiste o show e, quando acaba, você vai embora pra sua casa. Simples! Já pensou se a moda pega? Você compra ingresso pra assistir a um festival. Esse festival vai ter Ivete Sangalo e Racionais MCs, vamos supor. Imagina se os fãs de um, resolvem trocar sopapos com o fã do outro... Ridículo, não? Pois é...

Torcida tem de torcer! É o motivo para o qual ela existe! Sem viés ideológico, sem causa a defender, sem passionalidades inúteis, sem babaquice!

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Quer brincar?

É sempre brincadeira...

Na madrugada de segunda-feira um suposto morador de rua, nitidamente alcoolizado e ainda não identificado, foi humilhado, agredido e amarrado à um poste de sinalização de trânsito por alguns jovens na cidade de Lindóia, interior de São Paulo. Um dos rapazes que já está detido disse que era "brincadeira". A vítima, segundo o delegado, é um conhecido alcoólatra da cidade, todos o conhecem e dizem que ele "não faz mal a ninguém". Se não faz mal a ninguém, qual o motivo da "brincadeira"? Motivo: ser o "bêbado" da cidade!

Há dois ou três anos, uma empregada doméstica foi agredia na rua (confesso que não me lembro bem do caso, exatidão da cidade ou do nome da vítima, se algum leitor souber, por favor, cite os detalhes na sessão de comentários). Lembro que era uma empregada doméstica e foi brutalmente agredida. "Brincadeira", lógico. Motivo: os agressores pensaram se tratar de uma prostituta!

20 de abril de 1997, Brasília, o índio pataxó Galdino Jesus dos Santos foi queimado vivo por cinco jovens da alta sociedade do Distrito Federal. Óbvio que, de novo, "era brincadeira". Motivo: acharam que Galdino era mendigo!

Avenida Paulista, quatro ataques à hossexuais em pouco mais de um mês. Um desses ataques é registrado em câmeras de segurança da avenida, a imagem é mostrada à exaustão e estarrece o país. Motivo: era "viado"!

Detalhe: absolutamente ninguém foi rigorosamente punido por nada disso até agora. Duvido que os de Lindóia serão.

Bom, quer dizer que se for com bêbado, prostituta, mendigo e viado, podemos "brincar" à vontade!!! Liberou geral!!!

E você, se quiser e/ou puder, durma tranquilo, com um barulho desses!

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Odoya!

Hoje, 2 de fevereiro, em Salvador e em várias outras cidades se comemora o dia de Yemoja (Iemanjá, no aportuguesado). Orixá do mar, mãe dos outros Orixás e nossa grande Mãe.

Eu particularmente tenho um apresso especial por essa Orixá, pois sou filho dela (vide meu perfil). Portanto, que ela olhe e cuide de todos nós, cuide de nossa Ori (cabeça, mente) para que tenhamos sempre os bons pensamentos e dissernimento em nossas decisões de todos os dias!

Essa postagem vai especialmente para Yalode Mattos, minha "mãe criadeira", que além de filha de Yemoja é aniversariante recente e para ekedi Marina, também filha de Yemoja e que cuida tão bem de todos que se recolhem em nossa Ebé Orixá (Casa de Santo, Terreiro).

Yemoja abençoe a todos!

Grande iniciativa!

À todas e todos,

Essa quem me mandou foi meu parceiro e militante como eu, Prof. Dr. João Batista de Jesus Felix, o Batistão, e vale  a pena dar uma força. Olha só:

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 480, DE 2007, DETERMINA A OBRIGATORIEDADE DE OS AGENTES PÚBLICOS ELEITOS MATRICULAREM SEUS FILHOS E DEMAIS DEPENDENTES EM ESCOLAS PÚBLICAS ATÉ 2014.
 

            Projeto obriga políticos a matricularem seus filhos em escolas públicas. Uma idéia muito boa do Senador Cristovam Buarque. Ele apresentou um projeto de lei propondo que todo político eleito (vereador, prefeito, Deputado, etc.) seja obrigado a colocar os filhos na escola pública. As conseqüências seriam as melhores possíveis. Quando os políticos se virem obrigados a colocar seus filhos na escola pública, a qualidade do ensino no país irá melhorar. E todos sabem das implicações decorrentes do ensino público que temos no Brasil. 
SE VOCÊ CONCORDA COM A IDÉIA DO SENADOR, DIVULGUE ESSA MENSAGEM.

Ela pode, realmente, mudar a realidade do nosso país. O projeto PASSARÁ, SE HOUVER A PRESSÃO DA OPINIÃO PÚBLICA. Desde o começo de 2009 ele se encontra parado na CCJ - Comissão de Justiça.
         
Ainda que você ache que não pode fazer nada a respeito, pelo menos passe adiante para que chegue até alguém que pode fazer algo.