quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Som da Semana

Salve todas e todos!

Como semana passada não teve Som da Semana, reponho ele hoje: Thaíde & DJ Hum com "Desabafo De Um Homem Pobre", do álbum "Preste Atenção". Me ajudou muito na "terapia" a que me submeti nos últimos dias. Além disso, o som é bom pra caramba! Ouve aí:

http://youtu.be/Td0Zig5S1UU

Shakespeare!

Salve todas e todos!

Já postei este video antes, mas, além do texto ser sempre atual, eu precisei lê-lo e relê-lo (tenho uma versão impressa) várias vezes nos últimos dias (longa história...), então achei legal compartilhá-lo novamente, pois, já que ele sempre me ajuda (e me emociona profundamente), acho que pode ajudar outras pessoas também.

Então, com vocês, interpretado pelo ator Moacir Reis, William Shakespeare dando uma aula de sabedoria! Gênio!

http://youtu.be/IoF_gD1EUwQ

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Valeu Layla

NOTA DO BLOG 1: Texto de Layla Lioness, minha irmã, que flagrou ato hediondo em um terminal de ônibus, em São Paulo.

DEPOIS DO QUE VI HOJE... (mais uma “peça” do cotidiano):::: Li ontem que os motoristas e cobradores pretendem entrar em grave. O motivo: alegam que o desconto feito pelas empresas pelas multas que eles recebem vem sendo feito de forma abusiva em cima dos seus salários. Hoje, no ônibus que pego todas as manhãs para o trabalho, o motorista, após permitir carona a uma moça que estava com duas crianças (uma recém nascida e uma de cerca de 4 anos), solicitou que para tal ela entrasse no ônibus pela porta de trás. Relevante: ali se tratava do ponto inicial do ônibus, dentro do terminal princesa Isabel, então ele estava tranquilamente estacionado e o motorista ainda fora do ônibus . Assim que ele permitiu a entrada da moça, ela tranquilamente entrou com o bebê no colo, para em seguida pegar as mãos da criança de 4 anos e auxiliá-la a entrar. Quando ela esticou a mão o motorista arrancou o ônibus!! A mãe e o bebê de colo do lado de dentro, e a criança maiorzinha ficou pra fora, sozinha, desamparada da mãe! Isso porque não houve coisa pior, pois a criança poderia ter facilmente ficado presa na porta... Todos nós, demais passageiros, cerca de 8, mais a mãe gritamos muito ao motorista que parasse....ele não parou....e ele ainda estava nas dependências do terminal. Ele chegou então a sair do terminal, andar por metros e parar somente no ponto seguinte, longe já, onde a mãe assustadíssima desceu sem pensar e volto correndo ao encontro da filha. Distração do motorista??? ABSOLUTAMENTE NINGUÉM que estava no ônibus cogitou essa hipótese. Pois todos viram a clareza da discriminação: A família é Cigana. Há muitos Ciganos ali próximo de onde eu moro. E infelizmente é constante as reações preconceituosas dos motoristas e cobradores do Terminal. Graças a UM elemento que agiu dessa maneira hoje (e provavelmente levará uma multa, já que eu o deunciei e acredito que outras pessoas também), eu fiquei com minhas dúvidas sobre a legitimidade de uma manifestação inteira.

NOTA DO BLOG 2: Os motoristas e cobradores de ônibus (seja de cooperativas, seja das grandes empresas), formam uma classezinha de trabalhadores beeeeem complicada pelo ponto de vista do tratamento dado a seus clientes, sejam homossexuais, idosos, bem como várias outras minorias econômicas.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Sonzeira da e para a mulherada negra!

Salve todas e todos!

Bom, quem já conhece o blog, sabe que sexta-feira é dia do Som da Semana! Portanto, retomado o blog, retomado o espaço pra sonzeira. Aqui vai "Freedom", com praticamente todas as cantoras negras que fizeram sucesso no final dos anos 80, ao longo dos 90 até início dos 2000 (o exercício é saber quem você conhece e de quem você se lembra ao longo do clipe). A música é "Freedom", trilha sonora principal do filme sobre os Panteras Negras "Panther", de Mario Van Peebles, de 1995 (se eu não me engano...).

Bom fim de semana e bom som!!!!

http://youtu.be/WQEnsvuyYh4

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Os "Nego da Casa Grande"

Como ativista do Movimento Negro, sempre discuti com outros militantes a questão do quanto o racismo era perverso, na medida em que convencia os próprios negros de sua fragilidade, sua desonestidade, sua burrice, sua incapacidade, enfim, o quanto nossa falta de auto-estima nos fazia enchergar os iguais a nós como tudo que nós não queríamos ser. Resultado:  nós nos convencíamos que o racismo não existia, e que ´nós negros é que éramos tudo isso escrito acima, e até coisas piores, e que, por isso, tínhamos de deixar de nos fazer de vítima, afinal, quem quer, vence!

Vi negras e negros repetindo estas asneiras minha vida inteira, e ficava muito triste, porque, estes, invariavelmente, acabavam se dando muito mal na vida tempos depois. Inofensivos, faziam o jogo dos racistas e, depois, acontecia o óbvio, o racismo o jogava fora, doente, sem estudos, banguelo, sozinho, as vezes viciado, desempregado, cheio de filhos... Até os economicamente bem-sucedidos, as exceções as regras da exclusão e que eram usados pelo racismo como exemplos do sucesso da "democracia racial", ao fim, estavam com grana, mas sozinhos, longe de suas raízes, de suas origens, inserido em famílias que não parecem com as suas, ouvindo músicas que não são as suas, vestindo grifes famosas que não embalam quem ele realmente é, e sim, o que o "sinhozinho" queria que ele parecesse...

Na época da escravidão, existiam dois grupos principais de escravos: os da senzala, que trabalhavam duro nas lavouras, se alimentavam muito mal, se vestiam com trapos e, como o nome define, dormiam na senzala; e existiam os escravos da Casa Grande, que, por conviverem com o sinhozinho, sua família e seus convidados, vestiam roupas melhores, comiam os restos da cozinha do sinhozinho, portanto, comida de melhor qualidade, e, por fazerem trabalhos domésticos, e não braçais, tinham uma carga de trabalho mais leve. Ambos os grupos eram escravos, não tinham sua liberdade, sua dignidade e nem mesmo sua humanidade reconhecida por ninguém. Porém, os escravos da Casa Grande se achavam melhores do que os da senzala... Como se o fato de comer e vestir melhor os transformasse em outro tipo de ser... Qualquer conversa sobre rebelião, fuga ou abolição era prontamente rechaçada por boa parte desses escravos, afinal, para eles, aquilo era o melhor que eles (os negros) conseguiriam. Pensar pequeno e de forma materialista... Vamos viver do que o branco nos der. Vamos fazer de tudo para que o branco fique feliz e satisfeito conosco. Não vamos ser como os neguinho revoltado, que se faz de vítima, de coitado, é só trabalhar direitinho que a gente também tem lugar ao sol.

O século XXI nos traz os nego da Casa Grande da era digital. Reality shows, campos de futebol, showbizz, a mídia, enfim, um leque de irmãs e irmãos que se venderam pela roupinha melhor e os restos do sinhozinho, vendendo sua liberdade, sua integridade, sua humanidade. Vamos continuar sendo engraçados, compreensivos e carinhosos, ou seja, domados, inofensivos.

Irmãs, irmãos, vamos ficar atentos. Nada é por acaso. A mesma mídia que diz que baile funk é um antro de criminosos, promíscuos e viciados, diz que pagodeiro é brega e de mau gosto, promove uma música que une Mr. Catra e Alexandre Pires numa música que reforça a analogia do negro com o macaco. É a mesma que se aproveita da audiência do BBB pra usar um negro pra falar mal das cotas.

Estamos de olho, como diz o KL-Jay, as ruas estão olhando hein...