Saiu no Estadão e meu parceiro Toli me mandou a notícia (valeu parceiro!): alguns "punks" esfaquearam um músico em Guarulhos por causa do cara ter reclamado das pichações nos muros de sua escola.
Essa notícia me chateou em particular porque conheci e fiz vários amigos e companheiros no movimento punk. Junto com outros jovens do movimento negro, participei e fui aliado de vários punks em debates, conferências e encontros de jovens aqui em São Paulo e em várias partes do país. Em especial com o grupo Anarcopunks Contra o Racismo, onde conheci companheiras e companheiros de enorme valor, a despeito de seu aspecto estético e musical aparentemente agressivos. O visual e o som podem parecer assim, mas violência gratuita e, pior, letal, não era uma característica anarcopunk.
Mesmo com divergências, e mesmo com o temperamento, digamos mais exaltado, é inadmissível acreditar que algum dos punks que encontrei agiria dessa forma com qualquer outra pessoa. Assassinato definitivamente não é uma das formas de ação dos anarcopunks.
Já há algum tempo perdi contato com o grupo, até por estar um pouco mais afastado dos movimentos sociais, e espero que esta não tenha se tornado uma conduta padrão do movimento punk, e que, portanto, o movimento dê alguma resposta à sociedade, e em especial, à família da vítima dessa covardia, que não condiz com o sonho de igualdade, liberdade, tolerância e combate à todas as formas de discriminação e intolerância do qual nós sempre compartilhamos.
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