quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Uma época marcante II

Uma Época Marcante - Parte 2

O Hip Hop segue sendo o grande articulador, aglutinador e agente transformador nos trabalhos sociais com jovens de todo o Brasil. A MTV, conhecida emissora multinacional de música e comportamento jovem, tem em seu top 10 da matriz americana, sempre, ao menos sete artistas negros de Hip Hop e/ ou R´N´B, mesmo sendo seu maior público os jovens brancos e de classe média. Mesmo perfil de público de sua filial brasileira, que, apesar deste perfil, tem, como recordista de vendas de seus especiais de TV vendidos em DVD, um sambista, Zeca Pagodinho, que também é recordista em números de especiais feitos com a emissora, já foram três. Em compensação, no Rio Grande do Sul, dois neonazistas esfaquearam um segurança no metrô, dizendo "todos os negros têm de morrer".

As novidades:
1- eles estão presos;

2- além de tentativa de homicídio, foram indiciados e responderão também pelo crime de racismo.

Racismo, este, totalmente banido dos campos de futebol europeus, depois de vários jogadores, negros e não negros se recusarem a jogar diante de torcidas que se comportassem de forma racista. Em tempo, a seleção de Gana é a atual campeã da Copa do Mundo sub-20. De novo!

Enfim, cá entre nós aqui, a negrada, passamos por um momento em que os êxitos culturais tradicionais, culturais, modernos e contemporâneos, têm refletido nossos avanços e conquistas políticas, sociais e econômicas, e nos lembram que ainda temos muito pelo que correr atrás. Os índices de desenvolvimento humano (IDH), e, no Brasil, mais especificamente, os índices do IBGE e do IPEA ainda nos mostram o quanto é preciso avançar para que consigamos uma real liberdade e independência, e uma sociedade mais justa e igualitária.

Minha obrigação, não só quanto ativista, mas quanto um pretenso comunicador, é contribuir com material que subsidie a opinião pública, é convidar a sociedade a refletir sobre os fatos, por exemplo, estes todos citados acima, e, através de uma análise crítica, fazer com que as pessoas tomem conhecimento deles, os analise e encontre aonde estes fatos se convergem.

Esta é minha proposta, me coloco à disposição pra conversar com vocês a respeito de cultura negra, música, futebol, política e questões sociais, raciais e de gênero, para, desta forma, fomentar discussões destes temas e de temas correlatos. Abraço!

Um comentário:

  1. Herr camarada...rs. Legal a matéria, a temática. Nada a declarar, a não ser uma correção a respeito da MTV americana. Vc escreveu: " A MTV, conhecida emissora multinacional de música e comportamento jovem, tem em seu top 10 da matriz americana, sempre, ao menos sete artistas negros de Hip Hop e/ ou R´N´B, mesmo sendo seu maior público os jovens brancos e de classe média. Mesmo perfil de público". Qdo surgiu, em 1981, a MTV americana realmente era toda e completamente branca: desde os clipes que a emissora exibia, até os funcionários, agentes e outras coisas. Como deve ser do seu conhecimento, quem quebrou esta barreira, foi mister Michael Jackson, com o vídeo clipe "Beat It". Pois bem... hoje (hoje, é o modo de falar, pq isso já ocorre desde o fim dos anos 80) a grande audiência é o público negro. Nos EUA, assistir MTV é coisa de preto, do gueto, coisa de pobre, da ralé. Mal comparando, é o que era há muitos anos as escolas de samba do Rio.
    No mais, parabéns pelas "escrituras". Abç.

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