terça-feira, 15 de março de 2011

Gangsta Party: Eu fui e foi bom!

Neste último domingo, estive na danceteria Joy, casa muito legal, para mais uma edição da "Gangsta Party", uma festa de Hip Hop 90% dedicada à este estilo de rap que fez tanto sucesso nos anos 90 que entrou bem desgastadinho nos anos 2000, restrita à seus admiradores fiéis. Como não faço parte desse seleto grupo, já que a praia do rap em que gosto de navegar é outra (e quem me conhece sabe disso), tinha uma tremenda resistência em ir até lá...

E não é que a festa é boa...? Primeiro porque é centrada na melhor fase do gangsta rap que é mesmo a década de 90 (na verdade, a melhor fase de qualquer estilo de rap é a década de 90 mesmo, pronto, falei!). É que no caso do gangsta rap, os melhores artistas e produtores surgem nessa fase, Snoop, Dre, C.M.W., DJ Quick, Lady of Rage, Ice Cube, Nigga Daz & Kurupt, Tupac Shakur, etc., etc. e etc. Tocou tudo isso e mais um pouco, mas o mais legal é que desmistificou uma pré-conceituosa idéia que eu tinha. Então vamos para a mão à palmatória deste blogueiro. Eu fui e foi bom:

  • Foi bom porque eu achei que iam rolar aqueles sons depressivos, lentos ou pão com ovo à la 50 Cent, e não tocou, a festa é pra cima, o clima não cai em momento algum. É festa pra testar o desodorante, porque é pra dançar até suar;

  • Foi bom porque eu achei que ia ter aquela molecada de mochila, que adora sentar (literalmente!) no canto do salão, acender "cigarrinho de artista" no meio do baile, pichar o banheiro, e, ao final da noite, arrumar confusão, movidos pelo combustível que eles carregam na tal mochila supra citada que, invariavelmente é goró pesado. NADA DISSO, não tem molecada, vi sim várias pessoas no visual gangsta/chicano/low rider com bandanas, camisas xadrez, enfim, toda a indumentária, mas todos sabendo exatamente o que estavam vestindo e fazendo e porquê estavam vestindo e fazendo. E em tempo, "cigarrinho de artista" não rolou momento algum nem do lado de fora! Respeito total;

  • Foi bom porque o tempo todo os DJs e MCs da festa deixavam o óbvio muito explícito: "gangsta" é uma atitude musical e cultural e só!!!! Não houve nenhum tipo de apologia à violência, ao crime, nada. O clima era de festa total, muito som, muita risada, ninguém de cara feia, nem atitude de badboy babaca;

  • Foi bom porque essa edição da festa foi em homenagem ao Dia Internacional da Mulher (com direito a distribuição de rosas às mulheres presentes ao final da festa), desbancando outro dos clichês do gangsta rap que nós não precisamos importar, que é o sexismo. Como DJs convidadas, Paty de Jesus e Rúbia, do R.P.W. Ambas mandaram muito bem, seguraram a pista e, por consequência, o clima da festa;

  • E, por fim, mas não menos importante (muito pelo contrário!), foi bom porque vi, voltando à ativa, velhos amigos, os manos e as minas que começaram comigo, foi legal abraçar gente que eu não via há quase uma década, e que estão na organização, produção e discotecagem dessa festa. Valeu M.T. Bronks, Samuel, Tio Fresh, encontrei também com Doctor MCs, DJ Big Edy, W-Yo e Paul (R.P.W.), Enéas (Armagedon), Freitão, Rooney e mais uma pá de gente "das antigas". Valeu mesmo, na próxima, tô lá.
P.S.: indiferente do estilo, o importante é a iniciativa! O rap nacional enfrenta sua pior crise, sua pior fase. Qualquer espaço onde possamos nos encontrar, ouvir um som e trocar idéias é importante!

Um comentário:

  1. vou falar a verdade ,lembro quando vc mandava uma rima la na sedinha ,eram outras epocas ,,hj se voce me falar pra ir em um baile rap fico recioso nos 2 ultimos shows que fui acabaram em tretas e uma morte no espaço das americas depois desse dia num fui mas.
    essa danceteria nunca fui mas pelo seu relato parece pela ordem..

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