quarta-feira, 8 de junho de 2011

Sempre sem graça, e não aprende...!

Rafinha Bastos, um arremedo de humorista que trabalha no CQC (programa que, assim como o Pânico, é composto por arremedos de humoristas), está sempre às voltas com alguma polêmicazinha babaca que só serve pra dar a ele um tamanho e uma popularidade que ele não deveria ter. Desprovido de talento e carisma, resolveu que o "politicamente incorreto" seria seu artifício principal... No dia das mães, achou engraçado "brincar" com os órfãos, já havia "brincado" com os judeus e, agora, achou mais hilário ainda falar sobre mulheres e estupro. A pérola foi "Toda mulher que eu vejo na rua reclamando que foi estuprada é feia pra caralho. Tá reclamando do quê? Deveria dar graças a Deus". Engraçado, né...
Com a palavra, o jornalista Gilberto Dimenstein:

"Rafinha Bastos está sendo acusado de estimular o estupro pelo Conselho da Condição Feminina de São Paulo por causa de suas piadas. Não creio, claro, que ele tenha o menor interesse em estimular a violência contra a mulher. Assim como ele não tem prazer em debochar de órfãos, como fez em seu twitter no Dia das Mães.
O problema é o seguinte: essa geração de comediantes é vítima da busca do sucesso a qualquer custo, um vale-tudo para aparecer, típico da era da celebridade. Uma necessidade de ser engraçado e provocativo o tempo todo. Some-se a isso a tentação fácil de transmitir tudo em tempo real no twitter e no Facebook.
Acaba-se perdendo a noção de coisas elementares. Esculhambar órfão em Dia das Mães é considerado "piada". Ou dizer que só mulher feia reclama de estupro é visto como algo engraçado. Na verdade é apenas ridículo --um ridículo que faz sucesso.
Como judeu, aprendi a valorizar o humor refinado --a história do judaísmo se confunde com a história do humor. Mas também aprendi a detestar o uso da palavra para reforçar preconceitos.
Não vejo graça em coisas que fazem outras pessoas sofrerem.
Sou a favor da liberdade de expressão, claro. Por mais que nos doa. Mas estabelecer limites, dizendo o que vai além do aceitável em respeito humano, também é um valor democrático.
Ou seja, Rafinha Bastos, um sujeito talentoso, está sendo vítima de um estupro --ele está, sem saber, se estuprando moralmente.".

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